NEUROPSICOLOGIA


O serviço de Neuropsicologia pretende ajudar a compreender o funcionamento mental e as suas implicações no comportamento/desempenho da criança, adolescente, adulto. A avaliação neuropsicológica centra-se na observação das diferentes funções mentais bem como nas questões subjacentes à própria personalidade de modo a contextualizar as eventuais problemáticas, nomeadamente dislexia, dificuldades de aprendizagem ou mesmo consequências de AVC’s ou quadros demenciais.

Crianças

A entrada no 1º ciclo corresponde muitas vezes ao início de um percurso instável e pouco gratificante não só para os pais mas, principalmente, para a própria criança. O confronto com uma série de tarefas para as quais se pressupõe que a criança esteja capacitada mas às quais não consegue dar resposta gera mais dificuldades e tem consequências muitas vezes graves na construção da própria personalidade. 
A verdade é que trata-se apenas de identificar, situar e contextualizar as funções mentais que não atingiram ainda o nível de maturação desejado e analisar os processos inerentes à formulação de respostas da criança. O recurso a um técnico especializado permite obter estas respostas e facilitar o acesso ao conhecimento e às ferramentas, básicas, para o processo de ensino/aprendizagem.
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Adolescentes

A intervenção neuropsicológica com adolescentes difere da realizada com crianças na medida em que os níveis e processos de maturação esperados e desenvolvidos nesta faixa etária também diferem. De facto, se alguns adolescentes são “imaturos” é porque o seu desenvolvimento não se encontra dentro dos parâmetros esperados, manifestando-se em impulsividade, precipitação nas respostas e em dificuldade no processo de tomada de decisões, dificuldade em esperar, repercutindo-se muitas vezes no próprio processo de aprendizagem, onde o contacto com novas disciplinas e as novas exigências do ensino secundário geram insucesso escolar em alunos que conseguiam memorizar tudo. De facto, o que acontece é que, esta nova etapa do percurso escolar apela a funções mentais específicas que nem sempre estão disponíveis quando o adolescente ingressa no 10º ano, o que só é diagnosticado através do recurso a um técnico especializado.

Adultos

As estatísticas actuais não deixam espaço para dúvidas: o aumento da incidência de Acidentes vasculares, os próprios acidentes de viação e de trabalho donde podem resultar traumatismos cranianos trazem complicações não só físicas como também cognitivas. Simultaneamente, o aumento da esperança média de vida aumenta também a probabilidade de surgirem quadros demenciais, nomeadamente Alzheimer, Parkinson, entre outras. Em todos os casos, é fundamental identificar e reconhecer quais as funções disponíveis ou não de modo, não só a compreender o indivíduo, como a ajudá-lo a ultrapassar os défices que eventualmente tenham surgido. A ciência dá-nos essa certeza na medida em que confirma a prevalência da plasticidade mental confirmando a importância do trabalho de reabilitação neuropsicológica. No âmbito dos quadros demenciais, destaque-se o trabalho junto dos cuidadores de modo a alertá-los para aspectos importantes no sentido de melhorar a qualidade de vida do doente e de todos aqueles que de uma forma ou outra estão envolvidos.

Avaliação Neuropsicológica

À semelhança da avaliação psicológica, assenta em instrumentos específicos e visa não só o funcionamento global ao nível da personalidade mas simultaneamente o funcionamento das diferentes funções mentais envolvidas nas actividades quotidianas (atenção, memória, funções executivas, linguagem). Situações do dia-a-dia e o passar dos anos levam muitas vezes a dúvidas relativamente a problemas de esquecimento que vão surgindo. Até que ponto estas dificuldades devem ser encaradas de ânimo leve ou representam um problema mais sério relacionado com a deterioração das funções mentais. Esta é uma resposta que apenas uma avaliação exploratória das diferentes funções mentais poderá responder de forma precisa. Este tipo de avaliação revela-se ainda pertinente em situações mais específicas, incluindo aquelas onde o diagnóstico médico já foi realizado uma vez que permite compreender as repercussões de AVC´s, o nível de prejuízo/ preservação das funções em casos de demência e as consequências resultantes da ocorrência de acidentes rodoviários ou de trabalho.

(Re)habilitação Neuropsicológica

O diagnóstico de problemas de ordem neurológica que compromete o normal funcionamento do indivíduo é, na maior parte das vezes, recebido com elevada ansiedade e associado a um maior pessimismo. A realidade da plasticidade cerebral tem vindo a ser comprovada por diferentes investigações e aponta para a importância de (re)habilitar funções de modo a permitir o menor prejuízo possível da qualidade de vida do indivíduo. Neste âmbito adquire também importância o apoio a prestar aos cuidadores, em particular em fases mais avançadas da doença não só na gestão das suas próprias dificuldades mas também na definição e implementação de estratégias que facilitem uma melhor adaptabilidade do doente. À semelhança do que se verifica nas restantes modalidades disponibilizadas, verificam-se diferenças entre o trabalho com adultos (reabilitação das funções perdidas e/ ou deterioradas) e o trabalho com crianças (habilitação das funções que ainda não atingiram o nível de desempenho esperado).
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